30 anos da morte de Florestan Fernandes, conheça a história
11 de agosto de 2025
Em 10 de agosto de 1995, o Brasil perdeu um de seus mais importantes pensadores: Florestan Fernandes. Trinta anos depois, suas ideias continuam vivas nas universidades, nos movimentos sociais e entre os defensores da democracia. Sociólogo, parlamentar, deputado constituinte e professor, Florestan marcou a história do país com as análises sobre desigualdade, educação e a luta de classes.
Florestan Fernandes nasceu em São Paulo, em 1920. Ainda jovem, ingressou na Universidade de São Paulo (USP), onde se formou e depois se tornou professor. Sua trajetória acadêmica foi construída com dedicação ao estudo da realidade brasileira.
Considerado um dos fundadores da sociologia crítica no país, Florestan investigou temas como o racismo, a formação da sociedade brasileira e o papel das elites. Durante o regime militar, foi perseguido e exilado. Com a redemocratização, assumiu papel político como deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, defendendo a educação pública, os direitos sociais e os trabalhadores.
Entre as obras mais conhecidas de Florestan Fernandes estão A integração do negro na sociedade de classes, A revolução burguesa no Brasil e O que é sociologia, esta última popularizada entre estudantes por apresentar conceitos fundamentais da área. Seus textos não se limitam ao debate acadêmico: propõem mudanças estruturais e desafiam a ordem social estabelecida.
Além de livros, Florestan publicou artigos, participou de debates públicos e ajudou a formar gerações de intelectuais comprometidos com as causas populares. Seu trabalho abrange campos diversos da sociologia, com foco constante na desigualdade social e no papel da educação como instrumento de transformação.
Três décadas após sua morte, o pensamento de Florestan Fernandes continua atual. Em um país com profundas desigualdades sociais, sua crítica à concentração de renda e à exclusão das maiorias permanece relevante. Ele analisou como as elites brasileiras mantêm o controle das instituições e limitam o acesso da população ao poder político e econômico.
Florestan também discutiu o papel da educação na construção de uma sociedade democrática. Para ele, uma escola pública de qualidade, crítica e emancipadora era essencial para romper com o ciclo de opressão e exclusão. Suas ideias contribuem até hoje para os debates sobre racismo estrutural, reforma universitária, privatizações e o papel do Estado.
Em 2005, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) inaugurou a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP). A escolha do nome foi um reconhecimento à contribuição de Florestan para as lutas sociais e para o pensamento crítico brasileiro.
A escola se tornou referência em formação política e educacional para militantes do MST e de movimentos populares da América Latina. A homenagem mostra como a obra de Florestan segue inspirando práticas transformadoras no país.
Fontes
[editar | editar código]- ((pt)) Alexandre Barbosa. 30 anos da morte de Florestan Fernandes, conheça a história — TVT News, 9 de agosto de 2025
Esta notícia é uma transcrição parcial ou total da TVT News. |

