Água radioativa de Fukushima será liberada no Oceano Pacífico

Fonte: Wikinotícias

15 de abril de 2021

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Por Tempo - Meteored

Desde que foi danificada pelo terremoto e tsunami de março de 2011, a usina nuclear de Fukushima, no Japão, tem passado por um enorme e complexo processo de reparos e desmontagem. Na terça-feira (13), o governo do Japão decidiu que a água armazenada na usina será despejada no Pacífico.

Antes de ser despejada, a água passará por um tratamento para remover a maioria dos elementos radioativos. Ainda assim, a polêmica decisão foi criticada pela China e pela Coréia do Sul, que lamentaram a decisão do governo japonês.

O descarte controlado da água radioativa foi a solução escolhida pelas autoridades japonesas desde o início do ano passado, considerando-a a mais viável entre uma série de outras opções mais complexas. Ainda assim, a decisão final foi adiada devido à oposição do governo de Fukushima e de associações de pescadores locais, que acreditam que o vazamento poderia prejudicar ainda mais suas atividades econômicas. A pesca foi uma das atividades mais impactadas pelo acidente nuclear de 2011.

O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, tomou a decisão após reunião com o Gabinete de Governo. A medida foi aprovada pela operadora da usina, Tokyo Electric Power, as autoridades locais de Fukushima e também pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), entre outros. Seu comunicado foi divulgado durante um encontro na emissora estadual NHK.

As autoridades japonesas defendem que a água não traz nenhum risco à saúde humana, uma vez que os níveis de material radioativo liberado no mar ficarão abaixo dos limites sanitários nacionais. Além disso, a pratica de liberar água radioativa no oceano é comum na indústria nuclear de outros países.

Suga afirmou ainda que o governo fará grandes esforços para esclarecer a preocupação gerada pela medida. O plano vem sendo estudado por especialistas há mais de 6 anos e tem a aprovação de órgãos internacionais.

Como a água radioativa é produzida?

No caso da usina Fukushima Daiichi, a água que será descartada no oceano está armazenada em enormes tanques e foi utilizada no resfriamento dos reatores nucleares danificados. Originalmente, a água vem de aquíferos subterrâneos e do escoamento de chuvas, e após o processo de resfriamento ela acaba contaminada com isótopos radioativos.

As instalações da usina possuem um sistema de processamento de água que remove a maior parte dos materiais radioativos considerados perigosos, com exceção do trítio, um isótopo já presente na natureza em baixa concentração.

No momento, mais de 1,25 milhão de toneladas de água processada estão armazenadas nas instalações da usina. Na taxa atual em que o líquido é gerado, no entanto, a capacidade de armazenamento deverá se esgotar no outono do próximo ano.

Koo Yoon-Cheol, diretor do escritório de coordenação política sul-coreano, lamentou a decisão e cobrou transparência do governo japonês com relação ao tratamento e despejo da água no oceano.

O Ministério das Relações Exteriores da China também expressou preocupação com a decisão, mencionando que "o oceano é uma propriedade compartilhada da humanidade". O comunicado também diz que "o despejo de águas residuais nucleares da usina de Fukushima não é apenas assunto nacional (do Japão)”.

De acordo com o governo japonês, o despejo da água tratada no oceano será controlado e realizado ao longo dos próximos dois anos.


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