Vale se compromete a cortar fornecimento para empresas que usam madeira ilegal

Fonte: Wikinotícias

Agência Brasil

11 de julho de 2008

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Um dia após ser multada em R$ 5 milhões, por descumprir leis ambientais, a mineradora Vale anunciou hoje (11) um acordo com o Ministério do Meio Ambiente, por meio do qual deverá suspender a venda de minério de ferro a empresas ilegais, do ponto de vista ambiental.

A idéia é atacar a cadeia produtiva do ferro-gusa, evitando que carvoarias utilizem madeira proveniente do desmatamento da Amazônia. O carvão dessas madeiras é usado como fonte de calor para fusão do minério de ferro e transformação física do minério em ferro-gusa.

No documento, a Vale se compromete a só fornecer minério àquelas empresas que comprovem, por meio de documentos fornecidos pelos órgãos ambientais de governo, a legalidade de seus produtos.

Segundo o presidente da mineradora, Roger Agnelli, a medida será adotada imediatamente. No entanto, ele pondera que estudará com o governo um prazo para que as empresas irregulares se adequem às leis.

“Não podemos fechar os olhos. Existe uma realidade em que muitas pessoas dependem do trabalho nessas madeireiras ou guseiras”, disse. “Não adianta dizer que a partir de hoje não se faz mais nada, é necessário um prazo para que as coisas se regularizem”.

No ano passado, a Vale já havia se comprometido a cortar o fornecimento de minério de ferro, assim como o transporte de ferro-gusa, das empresas que não cumpriam leis trabalhistas e ambientais. No acordo anunciado hoje com a Vale, o governo, por sua vez, prometeu acelerar projetos de cadastro e licenciamento de propriedades rurais, além de apoiar o zoneamento econômico e ecológico na Amazônia.

“Ao mesmo tempo em que o governo aperta a repressão por meio da Polícia Federal e do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], vamos comprometer a cadeia produtiva”, disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. “Dessa forma, as empresas que compram minério correrão para se regularizar ou serão embargadas”, acrescentou.

Ainda de acordo com o ministro, as páginas da internet do ministério e do Ibama disponibilizarão o cadastro de empresas certificadas e também das irregulares, do ponto de vista da legislação ambiental.

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