Banqueiro Daniel Dantas acusa Governo Lula de extorsão

Fonte: Wikinotícias

Brasil • 15 de maio de 2006

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O banqueiro Daniel Dantas, controlador do banco Opportunity, acusa o Partido dos Trabalhadores e o Governo Lula de extorsão.

A denúncia de extorsão faz parte dos documentos de uma demanda que corre na Justiça dos EUA. O Citigroup acusa o banqueiro de fraude e negligência na Justiça americana. Em sua defesa, Daniel Dantas alega que foi vítima de extorsão e perseguição por parte do Governo Lula. Num dos documentos da defesa em posse das autoridades americanas consta o seguinte:

"O ministro Dirceu e outros indivíduos em altos cargos no governo (...) são as mesmas autoridades que se reuniram com o Citibank e pressionaram o banco (...) para atacar o Opportunity e o senhor Dantas. De fato, como fica claro e evidente pelas próprias palavras do Citibank constantes na prova E da declaração de Verônica Dantas, o governo do Brasil – Lula, Palocci e Dirceu – odiava Dantas. Esse ódio se relacionava à recusa do Opportunity, a partir de 2002 e 2003, de aceitar a sugestão do PT para pagar dezenas de milhões de dólares ao partido para evitar novos assédios ao Opportunity e ao Fundo CVC".

Em entrevista para o jornalista Diogo Mainardi, publicada na Revista Veja Edição 1956 . 17 de maio de 2006, Daniel Dantas conta que em julho de 2003 o funcionário Carlos Rodenburg foi procurado pelo então tesureiro do PT Delúbio Soares que teria pedido uma contribuição entre 40 e 50 milhões para o partido. Em troca, o Governo Lula intercederia em favor do Opportunity e ajudaria-o a resolver certas pendências legais. O banqueiro disse que não pagou a quantia.

Daniel Dantas alega que durante a campanha eleitoral de 2002, o Partido dos Trabalhadores através de Ivan Guimarães pediu uma ajuda financeira ao banco, o que foi negado. A partir daí, segundo Danta, começou a surgir uma antipatia entre o PT e o Banco Opportunity, que transformou-se em perseguição do Governo depois da vitória de Lula.

O banqueiro disse que tentou diminuir o clima de insatisfação com o Governo. Como uma das manobras para atingir esse objetivo, o banqueiro pagou 100 mil reais mensais por serviços da empresa Gamecorp, de Fábio Luís Lula da Silva, filho do Presidente Lula.

Contas no exterior

Além da denúncia de extorsão, Daniel Dantas disse que para se proteger descobriu os números das contas em bancos no exterior, supostamente em paraísos fiscais, do Presidente Lula e de outras autoridades importantes.

Essa informação teria sido coletada por Dantas por intermédio de um investigador contratado: Frank Holder, ex-diretor da agência internacional de espionagem Kroll. Entre as pessoas que têm contas no exterior estão: o Presidente Luis Inácio Lula da Silva, os ex-ministros Antonio Palocci, Luiz Gushiken e José Dirceu , o atual Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o Senador Romeu Tuma do Partido da Frente Liberal e o diretor da Polícia Federal Paulo Lacerda.

A informação sobre essas contas está de posse da Revista Veja que alegou disponibilizá-las caso seja feito um pedido da Justiça. A revista disse que não conseguiu descobrir se é totalmente verdadeira a denúncia sobre as contas bancárias, porém afirmou que não encontrou indícios que pudessem dizer que tudo é uma farsa. Segundo Veja:

"Por todos os meios legais, VEJA tentou confirmar a veracidade do material(...) Submetido a uma perícia contratada pela revista, o material apresentou inúmeras inconsistências, mas nenhuma suficientemente forte para eliminar completamente a possibilidade de os papéis conterem dados verídicos.(...) Revelar agora que Dantas – e, por tabela, Manzano [ex-ministro argentino José Luis Manzano, envolvido em denúncias de corrupção durante o governo Carlos Menem] – está por trás de uma lista em que o presidente Lula aparece como dono de uma conta num paraíso fiscal viabilizará, acredita VEJA, que investigações oficiais sejam abertas. Ao mesmo tempo, isso impedirá que o banqueiro do Opportunity venha a utilizar os dados como instrumento de chantagem em que o maior prejudicado, ao final, seriam o país e suas instituições".

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