Académicos pedem a investidores para repensarem investimentos em Angola

Fonte: Wikinotícias
Angola.

Agência VOA

Governo angolano está em "deriva autoritária" diz carta aberta publicada em França.

24 de julho de 2015

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Um grupo de 17 académicos de países europeus e dos Estados Unidos denunciaram a “deriva autoritária” do governo angolano e apelaram a investidores estrangeiros para reverem as suas decisões de investimento no pais.

Numa carta publicada pelo jornal francês Le Monde Africa na Quinta-feira os signatários pedem “aos Governos e aos investidores franceses, europeus e americanos que tomem consciência dos problemas que levantamos aqui e que, nas suas relações com Angola, coloquem os princípios à frente das possibilidades de investimento”.

Os subscritores desta carta consideram que nos últimos três meses o Governo “intensificou a sua política repressiva contra qualquer pessoa suspeita de dissidência política, violando os princípios do respeito e da defesa dos direitos do Homem que estão inscritos na Constituição de Angola”.

Como exemplo a detenção dos 15 activistas políticos, desde 20 de Junho, segundo os subscritores, sendo alvo de uma acusação “sem fundamento”, a de estarem a preparar um golpe de Estado.

Face ao que consideram ser “um clima de repressão que coloca em causa a liberdade de expressão”, estes académicos, que leccionam em diversas universidades de renome, consideram “eticamente condenável” que a comunidade internacional mantenha a política do “business as usual” com Angola.

Os signatários consideram a recente visita do presidente francês François Hollande a Angola durante a qual foram assinados contractos entre empresas francesas e angolanas de mais de 1.000 milhões de dólares “um exemplo, entre outros da forma como os direitos do homem e as liberdades individuais são desrespeitadas em nome do interesse económico imediato”.

Os signatários da carta são: Jeremy Ball (Dickinson College), Ruy Llera Blanes (Universidade de Bergen), Dorothée Boulanger (King’s College Londres), Chloé Buire (Universidade de Durham), Michel Cahen (Universidade de Bordéus), Gerson Capamba (Universidade Paris1-Sorbonne), Juliana Lima (Universidade Paris1-Sorbonne), Marissa J. Moorman (Universidade de Indiana -Bloomington), Aslak Orre (Michelsen Institute, Bergen), Lara Pawson (escritora, Londres), Didier Péclard (Universidade de Genebra), Anne Pitcher (Universidade de Michigan), Irène dos Santos (EHESS, CNRS, Paris), Jon Schubert (Universidade de Leipzig), Ricardo Soares de Oliveira autor de um livro sobre Angola.

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